Carol e o Fim do Mundo, série da Netflix lançada em 2023, mergulha no existencialismo de forma delicada e reflexiva, abordando questões como solidão, escolhas pessoais e o peso da vida adulta. A narrativa acompanha Carol, uma mulher em crise, que se vê diante de um cenário apocalíptico, mas, ao invés de focar no caos externo, a série explora questões como a busca pelo outro e o sentido da vida, tudo isso com uma abordagem realista e emocionalmente intimista. Não há uma ênfase no caos apocalíptico, mas na forma como as pessoas lidam com a ameaça de extinção iminente, o que evoca uma sensação de melancolia e reflexão profunda sobre a vida cotidiana e o que a compõe
Enquanto Carol e o Fim do Mundo abraça um existencialismo silencioso e introspectivo, outras obras, como BoJack Horseman (Netflix, 2014) nos arrastam para o olho do furacão emocional de seus protagonistas. Em BoJack, a angústia existencial do protagonista é marcada pela depressão crônica e pela busca por redenção, sendo o caos emocional e o vazio existencial centrais à trama. Já Carol e o Fim do Mundo opta por uma abordagem mais sutil, onde a personagem não busca uma grande transformação, mas sim uma aceitação de si mesma diante da efemeridade da vida.
Esse contraste de abordagens dentro do gênero existencialista remete também a The Midnight Gospel (Netflix, 2020), que, assim como BoJack, se aprofunda na morte e na busca por sentido, mas com uma abordagem psicodélica e surreal. Em The Midnight Gospel, as questões existenciais são exploradas por meio de diálogos filosóficos, enquanto Carol e o Fim do Mundo prefere focar no lado emocional e na quietude das escolhas cotidianas, longe do psicodélico e do eufórico.
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| Carol e o fim do mundo: Introspeção e acessibilidade. |
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| Bojack Horseman: Caos emocional e busca por redenção. |
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| Midnight Gospel: diálogos filosóficos e morte como transformação. |
Embora com diferentes tonalidades e ritmos, tanto BoJack Horseman, Carol e o Fim do Mundo e The Midnight Gospel colocam o existencialismo no centro de suas narrativas, trazendo à tona questões de identidade, busca por sentido e os dilemas da vida adulta. Ao contrário de séries mais dramáticas ou até distópicas, Carol e o Fim do Mundo usa o apocalipse como uma lente através da qual seus personagens refletem sobre o fim das suas próprias realidades emocionais e sociais, estabelecendo um vínculo claro com as angústias existenciais dos tempos contemporâneos.
Mesmo que abordem temas existenciais de diferentes formas, todos trazem à tona questões sobre propósito e os dilemas da vida. Em tempos de crise, como os apocalipses internos e externos moldam nossas escolhas?
No fundo, não estamos todos enfrentando nossos próprios apocalipses interiores?



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